FORMAS DE INSERÇÃO
As maneiras de inserção no mercado de trabalho estão diretamente ligadas com o ramo de formação e especialização do profissional. Na Fisioterapia, de acordo com o Código de Ética e Deontologia (Resolução nº 424) estabelecido em 2013, o capacitado deve cumprir duas exigências para integrar ao mercado de trabalho: obter o diploma de conclusão do curso e estar registrado regularmente no Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CONFFITO) e no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO).
Segundo a CBO (10/2010), as técnicas fisioterapêuticas são aplicadas nas áreas da:
1) Prevenção, readaptação e recuperação de pacientes e clientes;
2) Atendimento e avaliação das condições funcionais de pacientes e clientes a partir de protocolos e procedimentos específicos da fisioterapia e suas especialidades;
3) Atuação na área da educação em saúde por meio de palestras, distribuição de materiais educativos e orientações para melhor qualidade de vida;
4) Implementação e desenvolvimento de programas preventivos na área da saúde geral e do trabalho;
5) Efetividade nas atividades técnico-científicas através da realização de pesquisas, trabalhos específicos e participação em eventos científicos;
6) Gerenciamento de serviços da saúde.
A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, através do CONFFITO, também identifica um conjunto de ocupações e especialidades da Fisioterapia no mercado de trabalho, articulado em funções, tarefas e operações destinadas para fins classificatórios de produtos e serviços. Dentre eles, estão:
- As áreas de ocupação:
2236-05 - Fisioterapeuta Geral
2236-25 - Fisioterapeuta Respiratório
2236-30 - Fisioterapeuta Neurofuncional
2236-35 - Fisioterapeuta Traumato-ortopédica Funcional
2236-40 - Fisioterapeuta Osteopata
2236-45 - Fisioterapeuta Quiropraxista
2236-50 - Fisioterapeuta Acupunturista
2236-55 - Fisioterapeuta Esportivo
2236-60 - Fisioterapeuta do Trabalho
- As especialidades:
Atualmente o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) reconhece quinze diferentes áreas:
- Fisioterapia em Acupuntura
- Fisioterapia Aquática
- Fisioterapia Cardiovascular
- Fisioterapia Dermatofuncional
- Fisioterapia Esportiva
- Fisioterapia em Gerontologia
- Fisioterapia do Trabalho
- Fisioterapia Neurofuncional
- Fisioterapia em Oncologia
- Fisioterapia Respiratória
- Fisioterapia Traumato-Ortopédica
- Fisioterapia em Osteopatia
- Fisioterapia em Quiropraxia
- Fisioterapia em Saúde da Mulher
- Fisioterapia em Terapia Intensiva
INSERÇÃO INSTITUCIONAL E SEUS VÍNCULOS:
Os estabelecimentos institucionais de atuação do profissional fisioterapeuta podem ser classificados, segundo a complexidade de atenção na saúde, em: Atenção Ambulatorial Especializada (Clínicas); Atenção Hospitalar/ Urgência e Emergência; Atenção Primária da Saúde (APS); e, outros como a atuação em universidades.
De acordo com um estudo transversal descritivo realizado por Patricia Driusso e colaboradores (2012)*, a Fisioterapia é uma das profissões com destaque nas atuações especializadas, devido a sua origem no período das guerras, com o elevado número de pessoas lesionadas, sendo necessário uma ação de atividades reabilitadoras. Nesse mesmo estudo foram identificados a distribuição desses profissionais segundo os níveis de complexidade na atuação da saúde (Gráfico 01).
Gráfico 01:

Fonte dos Dados: (DRIUSSO, 2012)
Com relação aos vínculos, podemos dividi-los em dois grupos: Os vínculos formais com a Fisioterapia entre diferentes ocupações da saúde, no qual possui maior destaque de articulação entre os profissionais dos Serviços Sociais (47,8%) e dos Serviços de Administração Pública (Gráfico 02); e, os vínculos estabelecidos entre a ocupação no setor público e privado da profissão (Gráfico 03 e Gráfico 3.1 ).
Gráfico 02:

Fonte dos Dados: RAIS - Elaboração: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado - EPSM/NESCON/FM/UFMG.
Gráfico 03:

Fonte dos Dados: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2019.
Gráfico 3.1:

Fonte dos Dados: RAIS - Elaboração: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado - EPSM/NESCON/FM/UFMG, 2019.
Como é demonstrado nos Gráficos 3 e 3.1, o setor privado é responsável por 90% da ocupação institucional e 63% dos vínculos formais de cadastros dos fisioterapeutas, sendo as regiões Sul e Sudeste caracterizadas com o maior desenvolvimento econômico na aptidão desse vínculo (DRIUSSO, 2012). Enquanto, no setor público existe uma concentração de apenas um n° de 10% das ocupações (Gráfico 3) e um vínculo de 37% (3.1), sendo distribuídos entre a Atenção Primária de Saúde (APS), nos hospitais e os ambulatórios especializados. Podendo concluir que, de acordo com a distribuição de fisioterapeutas no Brasil, a maior desses profissionais se concentra em um mercado de trabalho privado e especializado.
PARA SABER MAIS:
* ACESSE O ESTUDO COMPLETO:
REFERÊNCIAS:
CONFFITO. Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia. Resolução n. 424, de 08 de julho de 2013. (D.O.U. nº 147, Seção 1 de 01/08/2013). Lex: Capítulo IX - da docência, preceptoria, pesquisa e publicação, Brasília. Artigo 3. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346> . Acesso em: 02 de out. 2019.
CBO-MTE (10/2010). Classificação Brasileira de Ocupações - Fisioterapeutas. CONFFITO, 2019. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2348> . Acesso em: 26 de set. 2019.
DRIUSSO, P et al. Distribuição de fisioterapeutas entre estabelecimentos públicos e privados nos diferentes níveis de complexidade de atenção à saúde. 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v16n5/pt_aop048_12_sci1313.pdf > Acesso: 26 de set. 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, Sinopse Estatística da Educação Superior 2018. Brasília: Inep, 2019. Disponível em: <https://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior>. Acesso em 02 de out. 2019.