Mercado de Trabalho :: Fisioterapia297

O mercado de trabalho é um espaço que busca associar e implementar uma relação entre trabalhadores e organizações em um sistema. Para o profissional fisioterapeuta esse espaço oferece um amplo campo de atuação, haja vista a sua disponibilidade de atuação dentro deste mercado, como os atos de gerenciar os serviços de saúde, estabelecer diagnósticos, aplicar avaliações tecnológicas fisioterapêuticas, implementar ações de intervenção e exercer atividades técnico-científicas. Cabendo-lhe, sobretudo, a responsabilidade de escolher sua área de atuação e dedicar-se para conseguir um melhor reconhecimento a fim garantir sucesso e rentabilidade neste ramo profissional (ROCHA-DE-OLIVEIRA e PICCININI, 2011).

Nessa seção iremos apreender sobre a situação atual da Fisioterapia a partir da identificação, análise e avaliação dos profissionais em atividade no Brasil, suas especificidades, média salarial, jornada e formas de inserção no mercado de trabalho.

PROFISSIONAIS EM ATIVIDADE NO BRASIL E SUA DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL

Foi a partir dos anos 90, com o interesse populacional pela qualidade de vida, que a Fisioterapia ascendeu maior visibilidade e importância profissional no mercado de trabalho brasileiro. Entretanto, diante ao aumento da oferta no ensino superior do curso, o nível de concorrência torna-se um fator característico entre esses profissionais no mercado (DE FISIOTERAPIA, 2007).

De acordo com os dados divulgados pela Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado - EPMS - (2019) , no ano de 1995 foram registrados 16.068 fisioterapeutas no Brasil enquanto, em 2016, foram quantificados um n° de 223.447 profissionais em atividade. Atualmente, existem mais de 240 mil fisioterapeutas registrados e em atividade, podendo identificar um aumento significativo da fisioterapia no território nacional (CONFFITO, 2018).

Com relação a distribuição de fisioterapeutas ativos por gênero, o Censo Demográfico (2010) destacou a predominância de profissionais do sexo feminino, sobretudo as mulheres com uma faixa etária de 25 a 29 anos. Como pode-se observar na pirâmide abaixo:

Pirâmide etária de fisioterapeutas economicamente ativos

Fonte: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado (EPSM) a partir do Censo Demográfico do IBGE (2010).

A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a existência de 01 (um) fisioterapeuta para cada mil habitantes. No entanto, as regiões tem apresentado uma distribuição divergente em relação ao número de profissionais por habitantes, identificando uma divisão distinta quanto a prestação de serviços para cada cidadão, sendo o maior percentual localizado na região Sudeste e o menor percentual na região Norte (DRIUSSO, 2012). Conforme mostra a figura:

Figura 01: Distribuição de profissionais fisioterapeutas por região

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Ainda, com base em um estudo quantitativo, analítico e descritivo realizado por Erica Silva e colaboradores *, pode-se constatar que em cidades pequenas, sobretudo no interior da região Norte, existe uma baixa disponibilidade de profissionais fisioterapeutas do que o recomendado pela OMS, enquanto nas região com maior desenvolvimento esse número é maior do que o estimado, como mostra a tabela abaixo:

Tabela 01: Número de profissionais fisioterapeutas por mil habitantes

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

De maneira específica, a Figura 02 evidência a distribuição espacial pontual dos profissionais por unidade federativa retratando sua desigualdade entre as localidades, tendo o Sudeste um maior nível de profissionais, em relação as demais regiões, com 1,34 fisioterapeutas para cada mil habitantes. Além disso, é perceptível a existência de um maior número de profissionais, por unidade federativa, nos estados litorâneos do país, haja vista a grande evasão destes no norte e centro-oeste (DE SOUZA MATSUMURA, 2018).

Figura 02: Distribuição espacial pontual, por unidades federativas, dos profissionais fisioterapeutas

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

* PARA CONFERIR O ESTUDO COMPLETO, ACESSE O LINK:

REFERÊNCIAS:

CENSO, I. B. G. E. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: IBGE, v. 20, n. 03, p. 2012, 2010. Disponível em:<www.ibge.gov.br >. Acesso em: 02 de out. 2019.

CONFFITO. Conffito defende que a quiropraxia é uma especialidade da Fisioterapia, 2018. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=8464>. Acesso em: 28 de out. 2019.

DRIUSSO, P et al. Distribuição de fisioterapeutas entre estabelecimentos públicos e privados nos diferentes níveis de complexidade de atenção à saúde. 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v16n5/pt_aop048_12_sci1313.pdf >. Acesso: 26 de set. 2019.

EPMS. Fisioterapeutas. Atlas das Profissões, 2019. Disponível em: <https://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/epsm/Atlas_Profissoes/Fisioterapeutas.html>. Acesso: 28 de set. 2019.

DE FISIOTERAPIA, Coffito-Conselho Federal; OCUPACIONAL, Terapia. Mercado de trabalho para fisioterapeutas é muito concorrido. 2007. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=158 >. Acesso em: 26 de set. 2019.

DE SOUZA MATSUMURA, Erica Silva et al. Distribuição territorial dos profissionais fisioterapeutas no Brasil. Fisioterapia e Pesquisa, v. 25, n. 3, p. 309-314, 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/fp/v25n3/2316-9117-fp-25-03-309.pdf >. Acesso em: 26 de set. 2019.

ROCHA-DE-OLIVEIRA, Sidinei; PICCININI, Valmiria Carolina. Mercado de trabalho: múltiplos (des) entendimentos. Revista de administração pública. Rio de Janeiro. Vol. 45, n. 5 (set./out. 2011), p. 1517-1538, 2011. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rap/v45n5/v45n5a12>. Acesso: 07 de nov. 2019.